quarta-feira, 26 de março de 2014

Facebook adquire por US$ 2 bi empresa de realidade virtual: Negócio ocorre cerca de 1 mês após compra do WhatsApp em negócio de US$ 16 bilhões

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Pouco mais de um mês depois de anunciar sua maior aquisição, o aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp, por US$ 16 bilhões, o Facebook fechou mais um negócio bilionário: a compra da fabricante de óculos de realidade virtual Oculus, por US$ 2 bilhões.
"O móvel é a plataforma de hoje e agora estamos nos preparando para as plataformas de amanhã", disse ontem o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg.
A Oculus é uma start-up (empresa iniciante) que recebeu uma injeção de US$ 75 milhões no ano passado por parte de investidores.
Fundada dois anos atrás pelo americano Palmer Luckey, 21, a empresa ainda não vendeu para consumidores seu dispositivo de realidade virtual, mas já comercializou 75 mil aparelhos com desenvolvedores de games.
"A Oculus tem a oportunidade de criar a mais social das plataformas já feitas e mudar o modo como trabalhamos, jogamos e nos comunicamos", afirmou Zuckerberg, em comunicado.
Segundo ele, o uso dos óculos de realidade virtual em jogos de videogame é apenas o começo e, no futuro, eles poderão servir para curtir uma partida esportiva como se estivesse à beira da quadra, para estudar em uma aula que está do outro lado do mundo e até para uma consulta médica.
O executivo disse que o Facebook está pronto para novas plataformas que vão permitir "experiências úteis, divertidas e pessoais".
O negócio foi anunciado dias depois de Zuckerberg dizer que havia "parado por enquanto" com as aquisições, após fechar a compra de US$ 16 bilhões do WhatsApp.
O Facebook, que em 2012 gastou US$ 1 bilhão na compra do Instagram, tem aproveitado a valorização das suas ações (que subiram pouco mais de 150% em 12 meses) para realizar aquisições que possam lhe ajudar a manter o posto de principal rede social do mundo.
Folha, 26.03.2014
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terça-feira, 11 de março de 2014

Refrigeração de computadores por fluidos economiza energia

Por ERIC PFANNER
TÓQUIO - Derrubar um computador doméstico em um barril com líquido o tornaria inútil. Mas alguns operadores de supercomputadores estão mergulhando essas máquinas para impedir seu superaquecimento, sem causar qualquer dano aparente. Os defensores da técnica dizem que o resfriamento por submersão pode resolver um dos maiores desafios da economia digital: reduzir as contas de ar-condicionado e os danos ambientais causados pelos servidores e supercomputadores famintos de energia, que mastigam montanhas cada vez maiores de dados.
Um protótipo de supercomputador no Instituto de Tecnologia de Tóquio, que está submerso em um tanque de óleo mineral, foi citado em uma classificação do setor, a Green500, como a máquina mais eficiente do gênero em consumo de energia. O computador, chamado Tsubame KFC, é 50% mais potente que um supercomputador mais antigo de lá, mas usa a mesma quantidade de energia.
"A administração da universidade disse: 'Vocês não vão receber mais energia'", disse Satoshi Matsuoka, o líder do projeto. "Mas nós ainda queríamos mais desempenho."
O Japão busca reduzir seu consumo de eletricidade desde março de 2011, quando um terremoto e um tsunami causaram uma fusão na usina de Fukushima Daiichi. Desde então, o país fechou outras instalações nucleares, cortando acentuadamente sua capacidade de geração de eletricidade.
O uso de líquidos para resfriar supercomputadores e servidores potentes não é limitado ao Japão. A tecnologia usada pelo instituto em Tóquio foi desenvolvida por uma empresa de Austin, Texas, chamada Green Revolution CoolingA Iceotope, start-up sediada em Sheffield, na Inglaterra, mergulha os computadores em fluoroplástico líquido, em vez de óleo. Em Hong Kong, a Allied Control, empresa que desenha sistemas de resfriamento, usou a tecnologia de submersão em um centro de dados recém-inaugurado.
Diferentemente da água, o óleo mineral e os fluoroplásticos líquidos não conduzem eletricidade. Portanto, segundo especialistas, não há risco de curtos-circuitos no equipamento. Peter Hopton, executivo-chefe da Iceotope, disse que os centros de dados que usam ar-condicionado poderiam cortar suas contas de energia e custos de infraestrutura pela metade usando o resfriamento submerso. "Estamos falando em uma economia de milhões."
Alguns supercomputadores consomem dezenas de milhões de dólares em energia anualmente, enquanto os maiores centros de dados corporativos têm contas de eletricidade de centenas de milhões de dólares, grande parte dos quais pelo ar-condicionado. A água é amplamente usada como refrigerador, mas em geral é canalizada entre as instalações ou as máquinas.
O fabricante americano de supercomputadores Cray usou o resfriamento por submersão em uma de suas máquinas nos anos 1980. Mas o método não foi muito usado, em parte por causa da preocupação sobre os altos custos e o efeito nocivo para a camada de ozônio dos refrigeradores daquela época.
A Iceotope e o sistema de Hong Kong usam novos fluidos, incluindo um da 3M chamado Novec 1230. A empresa diz que o produto não afeta o ozônio e que ele foi excluído da lista de compostos orgânicos voláteis emitida pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA. Hopton disse que o Novec fornece maior poder refrigerante que o óleo mineral.
Mas Christiaan Best, executivo-chefe da Green Revolution, disse que o óleo mineral é quase tão eficaz e consideravelmente menos caro. O Novec 1230, que é mais comumente usado em equipamentos de extinção de incêndios sofisticados, custa cerca de sete vezes mais que o óleo mineral, disse ele.
Para testar a viabilidade de seu novo sistema, o instituto de Tóquio ergueu um pequeno edifício para abrigar o Tsubame KFC diante de um laboratório maior que contém um supercomputador que produz calor. Isso dará aos estudiosos uma oportunidade de determinar se o Tsubame KFC pode funcionar mesmo que o óleo se aqueça a altas temperaturas. Eles acham que isso é possível, pois os semicondutores modernos podem operar em temperaturas mais elevadas, disse o professor Matsuoka.
Apenas pequenas modificações foram necessárias para permitir que o Tsubame KFC fosse submerso, disse ele. Partes móveis como discos rígidos e ventoinhas tiveram de ser removidas, por exemplo.
O método de resfriamento por óleo mineral da Green Revolution foi usado em diversos centros de dados, incluindo instalações operadas pelo Departamento da Defesa dos Estados Unidos. A Intel realizou um estudo do sistema e descobriu que seus servidores não sofreram efeitos adversos e o consumo de energia foi reduzido acentuadamente.
Best disse que, até agora, as instituições acadêmicas que operam supercomputadores se inclinaram mais a experimentar a tecnologia do que as corporações em seus centros de dados.
"Você pode imaginar", disse ele, "se chegarmos lá e dissermos: 'Por que vocês não pegam seu centro de dados e o colocam no óleo?', é preciso ter algo muito sólido para mostrar."
NYT, 11.03.2014
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Cientistas sociais preveem novos usos da tecnologia

Intel desenvolve projeto de robô personalizado
Por NATASHA SINGER
A antropóloga Genevieve Bell se considera "apenas uma garota selvagem da Austrália". Mas, para a Intel, ela personifica algo maior: as aspirações da empresa de ser vista como algo além de uma mera fabricante de chips. Bell ocupa o cargo de diretora de pesquisa de experiências do usuário nos Laboratórios Intel, o braço de pesquisas da empresa. Ela supervisiona cerca de cem cientistas sociais e projetistas que viajam pelo mundo observando como as pessoas usam a tecnologia. As descobertas da equipe ajudam a subsidiar o processo de desenvolvimento de produtos da empresa e são também frequentemente compartilhadas com fabricantes de laptops, montadoras de veículos e outras companhias que incorporam processadores Intel em seus artigos.
Alguns anos atrás, por exemplo, a equipe de Bell entrevistou na China pais que viam os computadores domésticos como algo que distraía os filhos das tarefas escolares. A Intel desenvolveu então o protótipo de um computador, mais tarde fabricado por um cliente da Intel, que possuía um código que os pais poderiam ativar para evitar que seus filhos brincassem com jogos eletrônicos durante o horário da lição de casa.
"Você precisa compreender as pessoas para construir a próxima geração da tecnologia", disse Bell.
A Intel foi surpreendentemente lenta para reconhecer o florescente mercado dos chips para smartphones. Na verdade, Bell e sua equipe, entre outros, haviam previsto logo no começo a tendência dos celulares, mas, na época, a Intel não deu prioridade ao produto. Os fabricantes de PCs ainda formam a maior base de clientes da Intel, respondendo por US$ 33 bilhões da sua receita de US$ 52,7 bilhões no ano passado.
Agora, em parte por causa dos esforços de Bell e de sua equipe, a Intel está tentando recuperar o atraso, avançando gradualmente em áreas como a dos aparelhos "vestíveis", que podem ser uma vitrine para seu novo e minúsculo chip de baixo consumo energético. Os futurólogos da equipe de Bell estão também desenvolvendo um robô pessoal customizável que usa os novos minichips.
Alguns anos atrás, Bell e sua colega Alexandra Zafiroglu, antropóloga da Intel, viajaram pelo mundo examinando o que havia dentro dos carros das pessoas e perguntando aos motoristas como eles usavam aqueles objetos. Embora os fabricantes de veículos já tenham incorporado sistemas de comando por voz aos seus modelos, com a ideia de reduzir a desatenção ao volante, a dupla concluiu que, quando os motoristas ficam entediados no trânsito, eles costumam pegar seus aparelhos pessoais portáteis.
No semestre passado, a Intel anunciou uma colaboração com a Jaguar Land Rover para desenvolver maneiras mais adequadas de fazer os consumidores sincronizarem seus aparelhos pessoais com seus carros. A Intel também tem uma iniciativa semelhante com a Toyota. O objetivo é tornar mais adequada a tecnologia incorporada aos veículos, suplantando assim o impulso do motorista de pegar seu smartphone.
Num esforço para tornar os laptops mais relevantes, o laboratório de Bell projetou um protótipo de software para um TaiChi -notebook de duas telas feito pela Asus, cliente da Intel. O programa permite que as pessoas postem fotos e mensagens de texto de até 140 caracteres nas telas externas do laptop. O objetivo era encorajar a comunicação em tempo real entre pessoas que estão num mesmo lugar na mesma hora. "Como seria ter tecnologia que celebrasse a presença, não a ausência?" disse Bell.
Mas, com tanta gente sendo agora mais atraída por dispositivos móveis, esse software pode nunca aparecer nos computadores portáteis dos consumidores. Ou pode, em vez disso, surgir em smartphones com duas telas. Recentemente, Bell vem refletindo sobre a possibilidade de criação de computadores que possam assumir vida própria.
Um número cada vez maior de objetos, como termostatos e semáforos, estão sendo equipados com chips e sensores capazes de coletar e transmitir informações sobre seus arredores. Bell vê esses objetos como precursores de dispositivos que se relacionarão com as pessoas.
O futurólogo Brian David Johnson está comandando um projeto para desenvolver um robô pessoal, chamado Jimmy, que se relacionaria com as pessoas na condição de indivíduo. Branco e curvilíneo, Jimmy é um sistema personalizável que chega à altura dos joelhos no qual os consumidores podem baixar aplicativos.
"Jimmy é uma plataforma computacional que pode andar por aí", explicou Johnson. "Ele tem poder computacional suficiente para perceber como está o seu humor e onde você está, enfim, ter uma compreensão baseada no relacionamento." Jimmy tem sua raiz na crença de Bell de que o futuro da computação está em dispositivos personalizados, focados na pessoa.
Na realidade, a Intel planeja lançar o software neste semestre, de modo que as pessoas com acesso a impressoras 3-D possam criar seus próprios Jimmys.
Mas Bell é a primeira a dizer que não é nenhum oráculo da tecnologia. "Será que achamos que, daqui a dez anos, as pessoas ainda vão querer conversar umas com as outras? Sim. Elas ainda vão querer compartilhar fotos de gatos? Sim. Elas ainda vão querer contar piadas ruins? Sim. As pessoas vão querer estar com uma câmera? Provavelmente", conjectura. "Com o que isso vai se parecer?" Ela dá de ombros.
NYT, 11.03.2014
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